29.3.07

Aprendizado

Uma coisa que eu aprendi na Itália: tudo bem colocar água no vinho.

Eu sempre achei um crime, pensava no trabalho que dá para fazer o vinho, na arte toda e tal, mas por outro lado sempre procurei respeitar o gosto das pessoas, afinal, ela que vai beber, que beba o que quiser.

Mais ou menos como pizza com catchup, coisa típica de carioca (sempre achei que fazem isso pq não sabem fazer pizza). Gosto não se discute. Se lamenta.

Bom, o fato é que na Itália fica muito mais fácil aceitar que eles coloquem água no vinho, afinal é absurdamente mais barato. Você compra um vinho por, sei lá, 2 euros, e ele é ok, muito melhor que qualquer vinho de São Roque.

Outra coisa: eles bebem vinho em todas as refeições, então se colocam água, bebem menos álcool e seguem o dia numa boa.

No começo eu não aceitava, tomava sem água. Mas aí fui percebendo como era impossível tomar um vinhozinho no almoço sem dar uma capotadinha pra recuperar. Aí acabei cedendo, passei a tomar o vinho diário como eles, com água frizzante, uma delícia.

De volta ao Brasil, continuei com o hábito. Claro, se é um vinho mais caro a gente toma ele sozinho, mas eu tenho comprado uns vinhos mais baratos pra tomar em casa, boto a água com gás e tal. As pessoas olham torto, até quem não entende nada de vinho.

Mas eu desencanei.... Agora até em restaurante boto mesmo água no meu vinho, até pq no Brasil o povo serve vinho em temperatura ambiente, o troço fica quente que dói pra descer, uma coisa nojenta, que eu resolvo com um pouquinho de água com gás e gelada.

Então é isso, para beber, mais uma vez vale a sábia frase do povão: cada um, cada um. E não me encham o saco.

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